CADETE RUYTEMBERG ROCHA

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sábado, 27 de agosto de 2011

INAUGURAÇÃO DA SEDE

EMBREVE O NCRR IRÁ REALIZAR UM SONHO QUE AMEJAVA DESDE A SUA CRIAÇÃO, A INAUGURAÇÃO DE UMA SEDE.
COM A UNIÃO DE ESFORÇOS COM O DA XV DE DEZEMBRO ESSE SONHO VAI SE TORNAR REALIDADE.
O ESPAÇO ESTÁ SENDO TRABALHADO PELA DIRETORIA DO NCRR E O NOSSO ACERVO ESTÁ SENDO ORGANIZADO E CATALOGADO.
SEGUNDO O PRESIDENTE DO NÚCLEO A SEDE SERÁ AO MESMO TEMPO NOSTÁLGICA COM OBJETOS E MOVEIS ANTIGOS E AO MESMO TEMPO FUNCIONAL PARA RECEBER O ACERVO E ABRIGAR A PARTE ADMINISTRATIVA.
ESPERAMOS QUE NO MÁXIMO ATÉ O INÍCIO DE OUTUBRO POSSAMOS INAUGURAR A NOSSA SEDE.
 

VISITA AO CEL VENTURA PRESIDENTE DA SOCIEDADE VETERANOS DE 32 MMDC

NA TARDE DE ONTEM (SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011) A DIRETORIA DO NCRR REALIZOU UMA VISITA AO CEL VENTURA PRESIDENTE DA SOCIEDADE. FOI UMA UMA GRANDE OPORTUNIDADE DO NCRR SE INTERAR DAS NOVIDADES ENVOLVENDO A SOCIEDADE.
O PRESIDENTE E O DIRETOR DE PATRIMÔNIO DO NÚCLEO TAMBÉM APRESENTARAM OS PROJETOS A SEREM DESENVOLVIDOS ATÉ O FINAL DO ANO.
O CEL VENTURA APRESENTOU AO NCRR O NÚCLEO DE CORRESPONDÊNCIA, UM PROJETO IDEALIZADO COM O INTUÍTO DE APROXIMAR OS DIVERSOS NÚCLEOS DA SOCIEDADE VETERANOS DE 32 ESPALHADOS PELO ESTADO E PELO BRASIL.
    
                                                        CEL VENTURA PRESIDENTE
                                                        DA SOCIEDADE VETERANOS
                                                                      DE 32 - MMDC

terça-feira, 17 de maio de 2011

O estratégico apoio da Força Pública

Desde a fomentação da Revolução Constitucionalista, a Frente Única Paulista sabia da necessidade do apoio da Força Pública. Dessa forma, foram inúmeras as tentativas de contato com Oficiais das diversas Unidades da Milícia Bandeirante, e também manifestações frente a elas, com o intuito de galgarem a simpatia e o apoio dos Milicianos. Esse apoio embora fosse primordial do ponto de vista bélico, possuía um outro caráter, que seria o moral e político, uma vez que a adesão da Força Pública levaria a participação de muitas Unidades do Exército e da Marinha situadas no Estado de São Paulo, que não possuíam posição definida em relação à Revolução, e que aguardavam o apoio da privilegiada, sólida e fortalecida Força Pública Paulista.
Para Fernandes (1974), este poderio da Força Pública Paulista não se traduz apenas na sua sólida militarização, ou seja, ampliação constante dos efetivos, aquisição de aperfeiçoados armamentos estrangeiros. Também ocorre uma racionalização dos serviços policiais, caracterizada pela profissionalização de seus agentes, a qual teve início com a contratação da Missão Francesa para instruir a Milícia Bandeirante. Em contra partida, passa a haver maior preocupação com a estabilidade dos efetivos através do oferecimento de salários mais compensadores a Oficiais e Praças, além de várias garantias econômico-sociais.             
             Com a presença da Força Pública, os Oficiais das Unidades das Forças Armadas situadas no Estado de São Paulo, sentiam-se mais seguros diante da opção pela busca do restabelecimento da “Carta Magna” brasileira, pois podiam contar com a mais poderosa força militar estadual, como companheira de batalha.
A participação da Força Pública no movimento somente ocorreu após o posicionamento favorável do seu Comando Geral, tornando-se, assim, perceptível sua disciplina, ordem e espírito de corpo. Sendo que as poucas Unidades que mostraram alguma apatia na véspera do levante armado, não ofereceram resistência, tendo em seguida, após compreenderem a nobre causa da Revolução, aderido ao movimento.
            
            A participação da Força Pública no fomento do levante

Além da sua participação direta ou indireta nas batalhas ocorridas nas quatro frentes de combate espalhadas pelo Estado, a qual será detalhada a seguir, a Força Pública, através de seus Oficiais da ativa, reserva e reformados, realizou a organização e a preparação dos contingentes oriundos do meio civil. O comandante designado pelo Estado-Maior Revolucionário para a força civil composta pelos voluntários da M.M.D.C., segundo Figueiredo (1954), foi o Capitão Pietcher, Oficial reformado da Força Pública. Os voluntários civis juntamente com a Força Pública e as Forças Federais simpatizantes, compuseram as fileiras do Exército Constitucionalista. 
Na luta pela reconquista do domínio da legalidade, a Força Pública também atuou dando apoio militar na ocupação de diversos pontos estratégicos em vários municípios do Estado de São Paulo. Ocupando rodovias, estações ferroviárias, agências dos Correios, estações telefônicas, de telégrafo, e emissoras de rádio difusão. Esses pontos ocupados foram primordiais para que as tropas revolucionárias recebessem informações e o fundamental apoio logístico.
                                              DIPLOMA DE CORRELIGIONÁRIO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O fim das hostilidades


REVOLUCIONÁRIOS SENDO ATACADOS POR AVIÕES FEDERAIS


Transcorrido cerca de três meses após o início da Revolução, ocorre o fim das hostilidades, e a derrota do Estado de São Paulo, que com coragem moral e em situação bélica desfavorável em relação ao Governo Provisório, lutou com todos os seus esforços. São Paulo sacrifica muitos de seus filhos na luta pela reconquista da Carta Magna Brasileira.
Diante dos rumos que o conflito foi tomando, e com as negativas de apoio dos Estados da União que inicialmente eram simpatizantes da causa bandeirante, mesmo com toda a luta, esforços e sacrifícios do povo de São Paulo, a derrota não foi uma surpresa, mostrando-se inevitável.
Diante do cenário totalmente desfavorável que São Paulo se encontrava na guerra, o esfacelamento de várias linhas de defesa, e do sacrifício de milhares de combatentes em ambos os lados, entre eles o do próprio Comandante da Força Pública Paulista, Coronel Júlio Marcondes Salgado. O Coronel Herculano de Carvalho, novo Comandante-Geral da Milícia Bandeirante, lança um manifesto pelo armistício de São Paulo, poupando assim, a vida de muitos civis e militares, pois sem a presença da Força Pública, as ações bélicas seriam insustentáveis. “Nesse sentido, o manifesto do Cel. Comandante da Força Pública, Herculano de Carvalho, que substituíra o Cel. Marcondes Salgado, é um documento impressionante pelo seu realismo, pela sinceridade, pela coragem e sobre tudo pelo bom senso.” (BASBAUM, 1962, p. 50).
Embora tenha sofrido muitas críticas naquele momento, até mesmo de alguns líderes constitucionalistas, o Coronel Herculano manteve-se firme na sua decisão, pois a luta naquelas condições era insustentável. Essas críticas são justificadas pelo calor das batalhas e também, pelo desconhecimento da situação real dos combates, uma vez que quem “sentia na carne” as dificuldades eram os combatentes paulistas. Dessa forma, após o Comando Constitucionalista negociar o cessar fogo com o Governo Provisório, coube à Força Pública o desarmamento dos voluntários e o restabelecimento da ordem no Estado. 
            

O confronto bélico


COMBATENTES PAULISTAS DENTRO DE UMA TRINCHEIRA

No dia 9 de julho de 1932, em razão do crescente clima de tensão, os líderes da Revolução antecipam sua eclosão que deveria ocorrer no dia 14 de julho. Com o início das hostilidades, iniciam-se as ações de apoio ao movimento e o alistamento de voluntários. Mostra Bezerra (1989), que a movimentação ocorreu em todo o Estado de São Paulo, o qual foi dividido em 10 distritos, cada qual com seus chefes revolucionários nos municípios, com a função de gerir e coordenar o esforço cívico e bélico. Esse clima de entusiasmo pela nobre causa da recondução do país a legalidade, ficou registrado na carta que o Coronel Júlio Marcondes Salgado, Comandante Geral da Força Pública, publicou para a população de São Paulo.

Na mais vibrante manifestação de civismo, na mais pujante prova de amor ao Brasil e a São Paulo, na mais heróica atitude de abnegação e renúncia, na madrugada de hoje, o Exército, a Força Pública e o povo de São Paulo lançaram aos quatro ventos da terra bandeirante o grito de revolta pela Pátria redimida. (FIGUEIREDO, 1954, p. 135)

Nas palavras do Coronel Júlio Marcondes Salgado, estão implícitas a vibração, o entusiasmo, e o sentimento da necessidade do império da ordem legal no país, características estas que sempre marcaram a Policia Militar do Estado de São Paulo, e que ainda hoje, são cultivadas na Academia do Barro Branco. Dentro da tentativa de atrair a simpatia dos demais brasileiros para a justa causa, e responder à falsa acusação de separatismo lançada pelo Governo Provisório, a Junta Revolucionária lança uma proclamação em 12 de julho, a qual declara “ser sua intenção exigir pronto restabelecimento do regime constitucional, pondo em vigor imediatamente, enquanto não houver outra, a de 24 de fevereiro de 1891.” (BASBAUM, 1962, p.49).
E assim São Paulo se lança em um conflito confiando na adesão do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso. Sendo que as tropas constitucionalistas avançam em quatro frentes, sendo elas, conforme Bezerra (1989): Vale do Paraíba, em direção ao Rio de Janeiro e às cidades do litoral norte; pela região da Estrada de Ferro Sorocabana, até Itararé e Ribeira de Iguape, para sustar os avanços do exército vindo do sul; pela região de Bauru e Araçatuba, em direção ao Mato Grosso; pela região de Campinas, em direção da divisa com Minas Gerais.

Fomentação da Revolução de 1932


INÍCIO DOS MOVIMENTOS REVOLUCIONÁRIOS EM SÃO PAULO

A chegada de Getulio Dornelles Vargas ao Governo Federal, inicia o “Governo Provisório”, que é marcado pelo desrespeito e abandono da Constituição promulgada em 1891, bem como a derrubada de servidores e autoridades políticas e administrativas que não estavam alinhadas ao Movimento de 30. Soma-se, também, o fato do não cumprimento das aspirações da população, pois o país estava inserido dentro de uma crise mundial, tendo o seu principal produto de exportação, o café, sem compradores no mercado externo.  

Por volta de 1931 havia no Brasil cerca de 2 milhões de   desempregados ou semi-empregados (que trabalhavam apenas três ou quatro dias por semana). Os felizardos que conseguiam manter-se nos empregos, tiveram seus salários reduzidos para poderem continuar trabalhando. (BASBAUM, 1962, p.26) 

Fica evidente, portanto, o descontrole do crescente número de desempregados e a falta de visão estratégica do Governo Provisório em lidar com a crise. Já o Estado de São Paulo, maior produtor de café e núcleo da indústria nacional, sofria com os mandos e desmandos de autoridades políticas e administrativas inexperientes e despreparadas que foram impostas por Getulio Vargas, à vista disso, para Figueiredo (1954, p. 27) “foi a própria ditadura, e os seus desregramentos e revelados propósitos de se prolongar no Poder, que preparou o clima para a Revolução de 32.”
Nesse ambiente agitado, os dois partidos paulistas mais fortes, o PRP e o Partido Democrático se unem e formam a Frente Única.

O passo seguinte depois do duplo rompimento com o Governo Federal foi a união tática dos dois partidos constituindo a Frente Única Paulista, em fevereiro de 1932. Mantendo integralmente a autonomia organizacional e programática, as duas agremiações políticas passaram a lutar conjuntamente pela constitucionalização e pela autonomia de São Paulo. (FORJAZ, 1988, p.156)  

Por sua vez, o Governo Provisório tenta através da nomeação do paulista Pedro de Toledo ao cargo de interventor estadual, amenizar o descontentamento da população bandeirante. Tal fato não ocorre, e os ânimos ficam ainda mais exaltados após a morte dos estudantes Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo, após uma manifestação contra o Governo Provisório, ocorrida em 23 de maio, surge então, o M.M.D.C., o grupo mais atuante da Revolução Constitucionalista. Sendo que o jovem Orlando de Oliveira Alvarenga, foi a quinta vitima mortal dessa manifestação, vindo a falecer posteriormente em agosto de 1932.

               

Acontecimentos anteriores à Revolução Constitucionalista

GETÚLIO DORNELLES VARGAS E REVOLUCIONÁRIOS EM 1930

             No início do século XX, as transformações sócio-econômicas, no Brasil, colocaram em embate diversas oligarquias regionais. Surge, portanto, um período marcado por crises e instabilidade política, econômica e social. Soma-se a esse ponto a consubstanciação do Estado de São Paulo como o principal centro desenvolvimentista do país.    
Os primeiros meses que se seguiram à deposição do Presidente Washington Luis em outubro de 1930 foram marcados por uma série de mudanças no panorama político, econômico e social no Brasil. Dentro deste novo contexto, Getulio Vargas assumiu a chefia do “governo provisório”. Colocando fim, segundo Boris Fausto (1985), a denominada “Política do Café com Leite”, na qual havia a alternância entre os integrantes do Partido Republicano Paulista (PRP) e do Partido Republicano Mineiro (PRM) ou de seus indicados para ocupar a Presidência da Republica. Por sua vez, a “Política do Café com Leite” contava com o apoio da “Política dos Governadores”, a qual consistia no fato do Governo Federal manter os grupos dominantes nos Estados, enquanto estes, em contrapartida, apoiariam as ações do Presidente da República.
A fonte geradora do Movimento de 30 se deu com o fim da aliança entre o PRP e o PRM, sendo que este último se une as oligarquias de outros estados, criando a Aliança Liberal, que lança o gaúcho Getulio Vargas como candidato a Presidente da Republica, o qual é derrotado nas urnas pelo paulista Julio Prestes. Por outro lado, o desejo das novas oligarquias nacionais e das oligarquias dissidentes em participar da direção do país somado ao fortalecido “Movimento Tenentista” era maior que o respeito às normas constitucionais, ocorrendo assim, a deposição do Presidente Washington Luis e a proibição da diplomação do paulista Julio Prestes.
Nesse novo cenário de mudança, o qual acompanhou o Movimento de outubro de 30, ocorreu a expectativa de melhores condições sociais por grande parte da população. “Tal era o entusiasmo pela vitória, a alegria popular pelo Brasil-Novo, que, parecia, uma nova era havia sido alcançada, de liberdade e progresso. E durante alguns dias o povo chegou a julgar-se dono do poder” (BASBAUM, 1962, p.14). O entusiasmo popular em parte é compreensivo, uma vez que o Brasil já estava inserido dentro da economia global, e como os demais países capitalistas, também sofria as conseqüências da “Grande Depressão de 1929”.